terça-feira, 23 de dezembro de 2014
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
VENHAM VER, O SHOW VAI ACABAR...
VENHAM VER, O SHOW VAI
ACABAR...
Governar o Brasil deve ser o maior dilema de todo aquele que se propõe ser presidente. Primeiro, porque ninguém governa sozinho; segundo, no Brasil o personalismo supera o partido político.
O momento que o Brasil vive é histórico tanto quanto é encruzilhada. Sou professor de história e posso afirmar que sala de aula e vida se encaixam perfeitamente, pois é nela, na sala de aula, que o presente e o passado são apresentados como o teatro da vida.
E é verdade. A sala
de aula é um teatro de onde vemos o grande palco do mundo, onde tudo é encenado.
Acredito que o maior dilema que temos em relação ao teatro do mundo é não
sabermos o que se passa nos seus bastidores. Sim, porque é lá, por trás das
cortinas, que a verdadeira trama da vida acontece, com seus dramas, suas
comédias, suas farsas e tudo o mais.
E olhando essa esquete teatral política que estamos
vivenciando, dá para imaginar muita coisa que um dia será história. Mas sempre tem
algo que não dá para mascarar, esconder, e quanto mais se enfeita, mas feio
fica. Dou um exemplo a partir de uma manchete do jornal Folha de São Paulo, um
dos mais importantes do Brasil, publicada no dia 29/09/2014: “Bolsa cai 4% com
melhora de Dilma nas pesquisas; dólar sobe mais de 1%”. ( CLIQUE AQUI E LEIA! ).
A primeira coisa que se percebe é que a continuidade de
Dilma parece afetar a economia – eu disse pa-re-ce. Mas, afeta QUEM,
primeiramente. É aqui, a partir deste ponto, que podemos perceber que a
política acontece nos bastidores e não nos palanques. Alguém, isto é, alguns,
realmente estão sendo afetados pelo governo que aí está. Se é ligado a
economia, penso logo nos banqueiros... Interessante, pois deviam agradecer aos governos Lula-Dilma o "ressurgimento" de uma classe média com certo poder de compra para movimentar o comércio. Embora alguém diga que é um mito, essa "nova classe" média é real nos centros comerciais, shoppings e outros centros de consumo espalhados pelo Brasil a fora. ( CLIQUE AQUI E LEIA! ).
E qual o interesse dos principais veículos de comunicação em
bateram tanto nessa tecla, o medo da continuidade? São os bastidores, e se nem
tudo é conhecido, muito é suspeitado. Tem um texto que parece responder
parcialmente – ou totalmente – esta questão, cujo título é “Melancólico fim da
revista “Veja”, de Mino a Barbosa”. ( CLIQUE AQUI E LEIA! )
Como funcionário público e trabalhador sindicalizado, tenho
bastante consciência do meu voto e nenhum discurso “salvador da pátria” me
engabela ou vai esconder da minha percepção as mazelas da “proposta” de governo
que resolvi apoiar. Agora, incomoda essa ladainha de cada eleição, esse coro
orquestrado pelos que detém a maior fatia da economia brasileira. São
poderosos, e usam seu poder para dirigir o Brasil ao seu bel-prazer... ( CLIQUE AQUI E LEIA! )
A fórmula certa para governar o Brasil ainda está em
formação. Somos um país jovem com uma democracia que acabou de nascer, talvez
por isso ainda tão falha nalguns aspectos. Mas algo deve ser sempre lembrado:
há um grupo riquíssimo – vamos chamá-lo de “elite” – que tem usufruído do Brasil,
do seu povo e das suas riquezas e, dentro desse grupo, tem aqueles que de fato fazem
a política acontecer através do poder econômico.
Governar o Brasil deve ser o maior dilema de todo aquele que
se propõe ser presidente. Primeiro, porque ninguém governa sozinho; segundo, no
Brasil o personalismo supera o partido político, e isso facilita e dificulta muita coisa
– quase nada de ideologias e excesso de fisiologismo. Então, aqui, governar é
muito “jogo de cintura” para fazer a coisa (pública) andar. ( CLIQUE AQUI E LEIA! )
O problema é o preço do “jogo de cintura”! O primeiro aliado
de qualquer governo é o Legislativo. No caso que trato, é o Congresso Nacional.
E ali, acredito, tem muito lobo e bode se passando por ovelha! É dentro do Congresso
Nacional, junto aos líderes de partidos e bancadas, que ocorrerão as peripécias
que hão de definir a governabilidade do país.
Também é no Congresso que a “elite” faz o seu peso ser
sentido através dos seus deputados e senadores. Isso mesmo, a tal “elite” citada
adora fazer investimento financeiro bem rentável. E para que coisa mais
rentável do que um político defendendo os seus interesses? E aí começa o jogo
de cintura que é governar o Brasil.
Por isso eu temo pacotes mirabolantes e propostas
miraculosas, que talvez possam ser cumpridas, mas a qual custo, jeitinho ou “jogo
de cintura”, como certa proposta de um "certo" candidato – ele propõe pagarpara o jovem que voltar a
estudar”. ( CLIQUE AQUI E LEIA! ).
Pode-se dizer que nesta eleição a “elite” tem dois
representantes bem produzidos e maquiados. Um, saindo da maravilhosa terra das
Minas Gerais – estado a quem o Brasil deve momentos históricos grandiosos e
personagens marcantes – é legítimo produto da “elite” (produzido pega melhor),
e traz no discurso aquilo que a “elite” quer que seja ouvido.
A outra representante – é uma mulher – recebeu a maquiagem
perfeita dos banqueiros descontentes e da mídia ressabiada. Nada contra seu
currículo de vida, a não ser ela ter jogado fora toda uma história de superação
e ação política, satisfazendo o tal grupo – isto é, a “elite” – que a preparou
como a surpresa que vai dar certo. De fato, caso venha a ser eleita, seu
governo jamais será “meio-termo”: ou será a maior surpresa ou a maior decepção.
Daí sua campanha estar “embiocando” no quesito credibilidade...
No mais, amigos meus, digo que votem. Vão às urnas. É um
exercício que nos permite esta nossa democracia-criança, ainda tão serelepe,
tão antagônica em si mesma e ao um só tempo intensa e desconhecida para uma boa
parte dos brasileiros. Vale a pena votar por ela, pela democracia. É o melhor resposta
ao ostracismo que a ditadura civil-militar quis dar à voz do povo.
Cada campanha é um show. Caso tenha dúvidas, procure
assistir o horário eleitoral. A festa está chegando ao fim. O mais sério começa
agora. E seja qual for o seu voto, eu digo: Venha ver, o show vai acabar, mas
vamos lembrar a eles que a plateia é quem aplaude e diz se a peça deve
continuar. Boas eleições para você! E, antes que alguém pergunte, eu voto em Dilma por uma opção pessoal e consciente.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
O QUE A JUVENTUDE QUER.
O QUE A JUVENTUDE QUER.
Onésimo Remígio
Quem já não ouviu, ou disse, frases como estas: “a
mocidade hoje não quer nada”, “a juventude de hoje está perdida”, “no meu tempo
era diferente”. Criou-se com isso um estereótipo, anacrônico e preconceituoso, sobre
as crianças e adolescentes de hoje. E sempre tem sido assim: uma geração
espelha-se em si mesma para avaloar e questionar os valores atuais de outra. E
isto é estereótipo, um clichê usado de modo uniforme a todos os indivíduos de
uma sociedade ou grupo, apesar das suas diferenças; é um anacronismo, pois
atribui aos dias atuais um sentimento e costume que são de outra época; é
preconceituoso, pois é um rótulo, um juízo de valor formado antecipadamente e
sem fundamento sério.
As pessoas “esquecem” com facilidade que a História é a
justaposição e intersecção de gerações, culturas e sociedades. Quem sempre acha
que o passado do Brasil é melhor que o presente, com certeza esqueceu as
melhorias de hoje e os dissabores de antes. Quer exemplo? Acessibilidade à
educação: antes a escola pública era um privilégio de poucos e, se havia uma
melhor qualidade, tinha também um funil que limitava a ascensão social da
maioria através do estudo. Para muitos, o grande nó da educação nos dias atuais
é a qualidade, mas convém lembrar que para avaliar a qualidade do ensino e da
aprendizagem nas escolas brasileiras vários processos e contextos devem ser listados,
desde a municipalização dos anos 90 até o arbítrio imposto pelas avaliações
externas.
Uma
geração que tudo quer, desprotegida...
Talvez a juventude de hoje não queira nada porque ela quer tudo mais intensamente e rápido que
as gerações anteriores, além de viver suas relações e emoções com mais
liberdade e conhecimento. E quanto a esta geração de rapazes e moças dos anos
80 e 90 encontrar-se perdida, ela está tão perdida quanto aquela dos hippies, do rock-and-roll e da resistência armada à ditadura civil-militar, a
geração que os antecede e que moldou o mundo em que vivemos. Como ela pode
estar perdida tendo acesso a tanta informação, a tanto controle, a tantos meios
e possibilidades?
O potencial desta nova geração que vem dos anos 80 e 90
é incrível e, contrariando todos os prognósticos, ela tende a se envolver na
discussão dos problemas sociais e suas soluções. Para esta mocidade, o futuro é
o agora. Ela representa 20% da população
brasileira e não quer esperar para depois mudanças básicas e estruturais na
sociedade brasileira, daí porque as ruas de muitas cidades viraram caldeirões
de protestos recentemente. Mesmo com todos os avanços conseguidos pelos últimos
governos, a juventude que aí está
compreendeu rapidamente que as necessidades
básicas não supridas a deixa desprotegida, não perdida. Perdido estará qualquer
governo que não sintonizar suas ações com os gritos das ruas e os resultados
das urnas.
Questões
sociais e preconceitos.
Na maioria das vezes, os rótulos que são apresentados
sobre a juventude esconde as questões sociais que geraram os problemas em que a
mesma vive. Um triste exemplo é como as diferentes mídias tratam os jovens
infratores: o alvo é o Estatuto da Criança e do Adolescente, isso por conta dos
diversos “crimes perpetrados por adolescentes”. Crimes devem ser punidos
conforme a legislação vigente ou que se criem ou mudem as leis existentes para
resolver a discussão em torno do jovem infrator. Mas o que merece mais atenção
são as questões sociais que geram e reproduzem a violência.
Os medos e a dura realidade.
Ela diz que “ao preconceito e à discriminação de
classe, gênero e cor adiciona-se ainda o preconceito e a discriminação por endereço” – mais um adicional para a prática do
bullying, tão recorrente nas escolas, locais de trabalho e entre certos grupos
sociais. Continuando, explica que isso ocorre “porque pelo Brasil afora há
favelas, conjuntos habitacionais, periferias que expõem particularmente os
jovens à violência e à corrupção dos traficantes e da polícia. Apenas por morar
nessas áreas pobres e violentas, os jovens tornam-se suspeitos e criminosos em
potencial”.
CURTA O CD "DESORIENTADO" (download), DO GRUPO DE RAP ORIENTE - Texto (reportagem) sobre o grupo Oriente e espaço para vaixar o Cd.
Segundo a cientista social Regina Novaes (NOVAES,
2005), a geração jovem atual tem três características: o medo de morrer, referindo-se ao alto número de jovens vítimas da
violência letal, principalmente a população jovem negra e masculina; o medo de sobrar, por causa dos índices de
exclusão social e econômica a que os jovens se encontram submetidos em nossa
sociedade, em especial no que tange à questão do desemprego e à marginalização
social; e o medo de ficar desconectado,
referindo-se ao risco de não pertencimento aos grupos sociais nos quais convive”.
Segundo ela, em entrevista ao blogue Acesso (www.blogacesso.com.br), as
demandas das juventude são diversificadas “já que entre eles há diferenças e
desigualdades sociais”. Ela informa que os “jovens do campo sofrem as maiores
dificuldades para ter acesso à educação e ao lazer. Entre os mais pobres, os
negros e as mulheres, estão as maiores ameaças do desemprego. Dentre os jovens
negros do sexo masculino destacam-se os índices de mortes violentas. Jovens
homossexuais sofrem preconceito e discriminação. Jovens portadores de
deficiências veem bloqueados seus acessos à cidadania”.
Para a Regina Novaes, “a juventude brasileira espelha a
sociedade brasileira e, em tempos de globalização, é afetada por rápidas
mudanças tecnológicas, pelo sentimento de insegurança e pela dificuldade de
projetar o futuro”. Essa dura realidade não poupa ninguém, “todos – dos mais
ricos aos mais pobres, no campo e na cidade – são atingidos pela dinâmica do
mundo do trabalho restritivo e mutante. Além disso – paradoxalmente –, em um
mundo em que a ciência avança e proporciona maior expectativa de vida, todos
experimentam o medo da morte precoce e violenta...”.
O que
a juventude deseja...
A história parece ter flashbacks que dão ideia de repetição, de déjà vu, aquela sensação de ter visto ou vivido alguma coisa
anteriormente. Pois a história tem dessas armadilhas, e elas são significantes. Quando
se estuda a História do Brasil e se fala da Primeira República, também chamada
de Oligárquica ou Velha, tem um movimento que bateu de frente com padrões e
valores da sociedade paulistana daquela época: a Semana de Arte Moderna, que preconizava,
pelos anos à fora, um vendaval de mudanças na cultura, nas artes e no modo do
brasileiro ver o Brasil e o mundo. Pode-se concluir que o movimento modernista
brasileiro, um tanto tardio, balançou os alicerces da sociedade a partir do
momento que se tornou iconoclasta dos “valores culturais” então vigentes. Era
um pensamento novo, com muitos jovens, produzindo alterações. O tempo força
mudanças, sempre, mesmo que venham a parecer retrocessos, pois o ser humano é tão
mutável quanto o caminho das águas, o rio: a água continua em substância a
mesma, mas o leito por onde escorreu jamais tornará ao que era antes, mesmo
continuando terra, pedregulhos, argila.
O que a juventude quer, no resumo, é respeito,
seriedade, oportunidade, vez, voz e tudo o mais que as gerações anteriores
queriam. Muito das artes que produzem e se envolvem tem engajamento social ou
político, tem conotação do seu cotidiano e é algo importante na estrutura de
construção de novos espaços pessoais e sociais. Essas artes, seja grafite,
pintura, dança, moda, letra de música, teatro, são como marcos, como estamentos
que estão revolucionando as culturas, as sociedades, a civilização.
Junte-se a isso a internet, o uso e o acesso às várias
mídias e tecnologias da informação. Embora não seja unanimidade tal pensamento,
nunca houve tantos autores e consumidores da palavra escrita como hoje, e isso
graças às redes sociais. Não entrando no mérito do “internetês” usado, a
juventude está ligada, criando, digitando, reproduzindo, expressando opiniões,
reinventando os idiomas e estilos, abrindo novos meios de pertencimento. E com
isso, também as ilhas periféricas e rurais serão alcançadas, envolvidas pelas
mudanças que esta juventude de hoje traz. Apenas seguem os passos de muitos
outros que a antecedeu. E, talvez, o que a juventude hoje realmente queira é viver
o seu tempo, mesmo que isso implique cometer erros, desbravar novas
oportunidades, impor novos conceitos e envelhecer de um jeito mais jovem de
ser.
CURTA O CD "DESORIENTADO" (download), DO GRUPO DE RAP ORIENTE - Texto (reportagem) sobre o grupo Oriente e espaço para vaixar o Cd.
terça-feira, 17 de junho de 2014
A Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB, empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, retificou o edital do seu concurso para o provimento de mais de 200 vagas e formação de cadastro reserva em 12 áreas de formação. O certame está sendo executado pelo IADES.
Em virtude de alterações no edital, as inscrições deste concurso foram alteradas para o período de 09 a 22 de junho de 2014 e devem ser realizadas exclusivamente no endereço eletrônico http://www.iades.com.br. A taxa de inscrição é de R$ 46,00.
Os selecionados e contratados poderão ser lotados em uma das unidades da Conab distribuídas pelo território nacional. O salário base para o cargo de Analista é de R$ 5.112,07 por jornada de trabalho de até 44 horas semanais.
As vagas oferecidas se destinam a graduados em áreas como Administração (76), Contabilidade (38), Direito (16+CR), Economia (22+CR), Engenharia Agrícola (10+CR), Engenharia Agronômica ou Agronomia (52+CR), Engenharia Civil (1+CR), Engenharia Elétrica (1+CR), Engenharia Mecânica(1+CR), Gestão do Agronegócio (2+CR), Auditoria (CR) e Comunicação Social (CR).
O edital prevê que as provas serão realizadas em todas as capitais estaduais e no Distrito Federal. A previsão da confirmação do local e horário dessas provas será dada a partir de 14 de julho de 2014.
O edital e demais atualizações encontram-se disponíveis nos endereços eletrônicos http://www.iades.com.br e www.conab.gov.br, bem como no Diário Oficial da União.
FONTE: http://concursosnobrasil.com.br
domingo, 15 de junho de 2014
AMAR É BOM E FAZ BEM.
AMAR FAZ BEM
AO CORAÇÃO
E À VIDA
por Onésimo Remígio
Gostar é bom, amar é muito
melhor. Amar é bom e faz bem. E muito. O amor, o sentimento mais exaltado
por poetas, por cantores e por um inumerável exército de apaixonados, talvez seja o elixir da
cura milagrosa: segundo especialistas, o bem estar que o amor provoca não é só psicológico,
mas também físico. Amar é um remédio que não custa caro, é eficiente e depende
da felicidade, pois ser feliz faz bem ao coração e fortalece o sistema
imunológico. Claro que podemos ter ansiedade, taquicardia, sudorese, falta de
vontade de alimentar-se, mas isso acontece por conta de reações químicas – isso
mesmo, o amor é química: o cérebro produz em grande quantidade dois hormônios
chamados dopamina e norepinefrina.
Tem dicionário que
define o amor como o sentimento de gostar muito de outra pessoa ou coisa, de
forma a querer e fazer o bem para essa pessoa, ser vivente ou mesmo coisa. No
dicionário Aurélio, as definições esclarecem bem o sentido de amor: sentimento
que predispõe alguém a desejar o bem de outrem; sentimento de dedicação
absoluta de um ser a outro, ou a uma causa; inclinação ditada por laços de
família; inclinação sexual forte por outra pessoa; apego profundo a valor,
coisa, ou animal...; devoção extrema...
Ou seja, o amor é um
sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual
se sente afeição ou atração. Do ponto de vista científico, o amor ativa no
cérebro a produção das substâncias que dão uma sensação de conforto – o que é
capaz de diminuir o negativismo diante da vida, trazendo alívio e segurança. Já
do ponto de vista filosófico, a temática do amor é comum a muitos pensadores.
Para eles, o amor é a base fundamental das relações humanas e da vida em
sociedade. Uns sustentaram a existência do amor como valor positivo, humano,
outros condenou o amor a uma realidade ilusória, e outros numa dimensão divina.
Em resumo, em todas as eras, línguas e pátrias o homem refletiu sobre o amor.
Para o filósofo ateniense Platão
(o amor ao bem e à beleza), o amor
liberta o ser humano e o leva à verdade e lança uma ponte entre o universo
sensível e o universo puramente inteligível. Para o egípcio Plotino (o amor é desejo inesgotável), o amor
purifica e eleva o ser humano. No pensamento do africano Santo Agostinho (o amor é tudo), somente o amor é capaz
de explicar a vida da alma e a sua possibilidade de se elevar ao conhecimento
unitivo de Deus. Já Boaventura de Bagnoregio (o amor é a verdadeira sabedoria), o amor é a força que dá ao ser
humano a capacidade de elevar-se a Deus, tornando possível uma
verdadeira aproximação a Deus. E quando amamos, afirma Tomás de Aquino (amar a Deus para amar o próximo), amamos
a Deus.
Na concepção de Marsílio Ficino (o
amor é furor divino), o amor tem uma dimensão cósmica e dá à alma humana a
capacidade de unir-se a Deus. Para Baruch Spinoza (o amor é intelectual e gera alegria) o amor é o pleno conhecimento
da verdade que faz o ser humano totalmente feliz. Para o suíço Jean-Jacques Rousseau o
amor é filho da natureza e da liberdade, e para Friedrich Schleiermacher, filósofo
alemão, o amor une o finito ao infinito. Já no pensamento de Arthur Schopenhauer, marcado por profundo pessimismo, o amor é poderoso
e sabe enganar o ser humano, consegue iludi-lo, prometendo-lhe uma felicidade
que jamais poderá se realizar.
E se pensadores disseram tanto
sobre o amor, o que dizer de poetas, músicos e escritores. Camões, figura maior
da poesia em língua portuguesa, definiu como poucos a dualidade e contradições
desse sentimento: "Amor é fogo que
arde sem se ver, / é ferida que dói, e não se sente, / é um contentamento descontente,
/é dor que desatina sem doer". O amor não precisa de vozes consagradas
para proclamá-lo, pois ele nasce no dia-a-dia das pessoas, às vezes fruto de um
simples sorriso. Um poeta repentista, possivelmente Oliveira de Panelas, ou
Pinto do Monteiro ou Antonio Pereira, “tirou” estes belos versos: “O amor é um parafuso / que quando na rosca
cai, / só entra se for torcendo / porque batendo não vai, / e se enferrujar por
dentro / pode quebrar mas não sai”. E para os amantes da música, o amor
enche taças!
"O amor é um coquetel que vira a cabeça de qualquer um". |
O amor é um coquetel
que, literalmente, “vira” a cabeça de qualquer um! A professora e psicóloga
Stephanie Ortigue, da Syracuse University, de Nova Iorque, EE.UU.AA, divulgou
uma pesquisa mostrando que o amor provoca nas pessoas uma sensação de bem-estar
tão intensa, que é capaz de ativar a produção de serotonina, oxitocina, endorfina
e vasopressina, substâncias importantes para ativar o bom-humor. Segundo ela, “o
amor, de um modo geral, faz com que o nosso corpo libere determinadas
substâncias químicas relacionadas ao bem-estar, que desencadeiam reações
físicas específicas e benéficas à saúde”.
Ao tratar de saúde e bem-estar (no site saude.pt.msn.com), a Dra. Doroteia
Silva , médica cardiologista, fala (em
entrevista a Carla Mateus), que a relação entre a saúde do coração e o amor
é íntima – tal como se quer quando se vive um romance. Quando amamos, quando
estamos apaixonados, também nos sentimos mais confiantes e dispostos. Na mesma
reportagem, peritos dizem que “as pessoas que amam, que possuem uma vida
harmoniosa e cercada de amigos, vivem mais e melhor”. É o que explica a psicóloga
Filomena Pizarro Sousa: “a experiência de vivenciar amor, sendo este uma emoção
positiva, parece ter um efeito preventivo na saúde. (...) Por outro lado,
segundo estudos mais recentes, as próprias emoções positivas parecem ter um
efeito direto sobre a saúde, nomeadamente fortalecendo o sistema imunitário”.
Assim, de “acordo com
a ciência, não se trata de uma pílula mágica, mas o amor tem a capacidade de
reduzir o stress, a ansiedade e a depressão – três importantes fatores de risco
para a saúde cardiovascular –, ao mesmo tempo que fortalece o coração. A
sensação gerada pela atitude amorosa é particularmente benéfica para o coração,
pois o organismo liberta hormonas – as chamadas endorfinas – que proporcionam
sensação de bem-estar, prazer e alegria”, o que diminui o risco de depressão e
controla a ansiedade e o stress, os grandes vilões que causam doenças
cardiovasculares.
Uma pesquisa realizada
pelo Hamad Medical Corporation – Heart Hospital, localizado de Boston, nos EE.UU.AA,
“demonstrou que homens e mulheres viúvos ou solteiros acima dos 60 anos possuem
um maior risco de sofrerem algum problema cardíaco. A investigação apontou
também que as pessoas casadas, ou que se encontram numa relação estável,
recuperam até três vezes mais rápido do que os solteiros ou viúvos”. Na mesma
temática, a Universidade da Carolina do Norte, também nos Estados Unidos,
investigadores apuraram que “um abraço de alguém que se ama é melhor do que
qualquer comprimido para a hipertensão. Este gesto, tão simples, ajuda a tensão
arterial a entrar nos níveis considerados saudáveis sem que seja necessário
recorrer a um medicamento”.
O amor ainda pode ser
uma forte de longevidade: quem ama e é amado, vive mais e melhor. O sexo, por
sua vez, apresenta um efeito protetor para o coração. Além de ser um exercício
de intensidade moderada, “a atividade sexual conjugal regular também traz uma
série de benefícios, como a diminuição do stress físico e emocional, a
estimulação do sistema imunológico e a redução do risco de doenças cardíacas”,
sublinha a cardiologista Doroteia Silva. E, pela ciência, sempre se ganha com
amor, pois ele é uma via de mão dupla: ganha ao se dar e ao se receber.
O amor, como todo
remédio, pode ter reações adversas e contraindicações, no caso, a desilusão
amorosa. Quem perde uma pessoa querida ou termina um relacionamento pode ter a
chamada síndrome do coração partido ou miocardiopatia de Takotsubo, descrita
pela primeira vez por médicos japoneses, no início dos anos 1990. É um problema
desencadeado por um stress intenso físico ou emocional, que leva ao aparecimento
de sintomas semelhantes ao enfarte agudo do miocárdio: dor no peito, falta de
ar ou desmaio, podendo trazer sérios riscos à saúde física.
É o que explica o
médico e diretor científico da Associação Mineira de Medicina Psicossomática,
Dr. Geraldo Caldeira (em www.canalminassaude.com.br),
sobre a possibilidade de uma pessoa adoecer pelos excessos com esse sentimento, o amor. Há
pessoas que, após términos de relacionamentos, ficam tão abaladas que isso se
manifesta em alguns problemas também físicos. Para essa situação, pode-se
dizer, conforme Caldeira, que se trata de um adoecimento psicossomático. “A
vivência depressiva diminui a ação do sistema imunológico e dos
neurotransmissores do humor. Com isto, o indivíduo pode ficar vulnerável a
doenças ou sofrer o que se chama de ‘depressão somatorforme’ com várias queixas
corporais, às vezes sérias”, caracteriza.
A boa notícia para
quem sofrer esse “mal do amor”, segundo Doroteia Silva, é que, na maioria dos
casos, a evolução é reversível e com recuperação completa da função cardíaca em
poucas semanas. Os sintomas devem ser levados a sério e “para se confirmar este
diagnóstico é preciso excluir sempre as causas mais comuns de dor no peito,
nomeadamente, o enfarto agudo do miocárdio por oclusão de uma artéria
coronária, que tem um tratamento absolutamente diferente”. Mas no final,
cura-se o mal do amor amando, amando muito!
Existem vários tipos
de amor: o amor entre casais apaixonados, o amor entre pais e filhos, o amor de
irmãos, o amor entre amigos, o amor pelos animais de estimação e muitos outros.
E todos eles fazem bem ao coração. Amigos, família, colegas e a comunidade a
que as pessoas pertencem e com/partilham de alguma forma de amor ou intimidade protegem
contra doenças infeciosas e retardam os efeitos do envelhecimento. Para Filomena
Pizarro Sousa, “tirar um bocadinho todos os dias para verdadeiramente estar e
saborear da companhia daqueles que nos são queridos fortalece os laços de amor,
ternura, amizade, satisfaz as nossas necessidades sociais e afetivas, promove a
qualidade de vida, a sensação de bem-estar, a saúde do coração e do corpo em
geral”. No final, como diz um hino cristão: O amor é tudo! Feliz é quem ama!
"O amor faz
transformações químicas no corpo. Ele provoca a liberação de hormônios que dão
energia, disposição e a sensação de alegria", revela o psicólogo Ailton
Amélio da Silva (em mdemulher.abril.com.br/bem-estar),
doutor em psicologia e professor de Relacionamentos Amorosos e Comunicação na
USP. Segundo o especialista, o amor correspondido deixa a pessoa: mais
bonita; mais motivada; cheia de energia; com objetivos na vida; calma, relaxada
e otimista.
O amor faz bem ao coração e ao corpo porque a
pessoa que ama tem mais autoestima e cuida mais de si mesma, pratica exercícios
físicos, e com isso evita doenças cardiovasculares. Também se preocupa com
a saúde, vai ao médico regularmente e tem motivação para continuar uma dieta,
por exemplo. Tem mais disposição para sair, passear, namorar. Pensa
na aparência, cuida do cabelo, usa maquiagem.
Pequenas e grandes coisas podem fazer o amor
ser duradouro, para sempre ou “eterno enquanto dure”, como diz Vinicius de
Moraes. Sem dúvida, se não for uma aventura, o melhor é ter uma pessoa com a
qual se sinta bem, alguém com quem tenha prazer de conversar. O casal deve fazer o possível (e o impossível, por que não?) para manter o interesse
entre ambos aceso, em alta. E que falem de sexo e invistam em seu sentimento,
sem medo de ser feliz.
Para dar certo, nada de cultivar amarguras, ideias negativas, incertezas e dúvidas, por isso perguntar, conversar, falar sobre sentimentos, trocar carinhos é peça chave. Não se acomodar, para que a relação não fique chata é fundamental. Mesmo quando se investe num sentimento como o amor, devemos lembrar que somos humanos e falíveis... E isso pode levar a tentar tudo de novo ou a perdoar um erro da pessoa amada.
Para dar certo, nada de cultivar amarguras, ideias negativas, incertezas e dúvidas, por isso perguntar, conversar, falar sobre sentimentos, trocar carinhos é peça chave. Não se acomodar, para que a relação não fique chata é fundamental. Mesmo quando se investe num sentimento como o amor, devemos lembrar que somos humanos e falíveis... E isso pode levar a tentar tudo de novo ou a perdoar um erro da pessoa amada.
Também existem pequenos segredos que ajudam o
amor a persistir no coração de um casal: buscar sempre ter uma admiração
profunda pela pessoa amada; descobrir e redescobrir coisas novas entre ambos;
criar e estimular uma saudável cumplicidade em quase tudo, mesmo que pareça
fútil; ter ciúmes sem cair no exagero; fazer planos e dividir responsabilidades;
e, claro, aposte no amor mais sexo. Se dividem um mesmo espaço,
responsabilidades e a mesma cama, é nesta última que começam e terminam o dia,
com amor.
Mesmo tendo o orgulho como escudo
Vez em quando a saudade arromba tudo
Por dispor de um projétil indefensável
Não há olho que seja impermeável
Ás comportas da sensibilidade
Nem distância mantida como grade
Que segure um desejo apaixonado
Mesmo o peito mais forte e mais blindado
Não resiste ao disparo da saudade
Zé Adalberto do Caroço do Juá, poeta popular
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