RESUMO HISTÓRICO
DO
TRABALHO INFANTIL
1891-
Proibição do Trabalho Infantil
Promulgada
no Brasil a primeira lei - Decreto nº 1.313 - que determinava a idade mínima de
12 anos para o trabalho.
1919-
Criação da 1ª Entidade Internacional de Apoio à Criança
Surge na
Inglaterra a primeira entidade internacional cuja missão era proteger e cuidar
das crianças vítimas da I Guerra Mundial. A entidade, chamada "Save the
Children" ('Salvem as Crianças', em português), foi fundada pela pacifista
inglesa Eglantyne Jebb com a finalidade de arrecadação de dinheiro para envio
de alimento às famílias europeias depauperadas pela guerra.
Criado no
Brasil o primeiro Juizado de Menores. Mello Mattos foi o primeiro juiz de
Menores da América Latina.
1924-
Aprovação da Declaração de Genebra
Aprovado
o primeiro documento internacional sobre os direitos da criança, conhecido como
"A DECALRAÇÃO DE GENEBRA”. Elaborado e redigido por membros da ONG “Save
the Children”, é considerado o documento que deu origem à “Convenção dos
Direitos da Criança” de 1989.
1927- Promulgação
do Código de Menores
Promulgado
no Brasil o Código de Menores, o primeiro documento legal para população menor
de 18 anos, conhecido como Código Mello Mattos.
1930- Criação do Ministério da Educação
O
Ministério da Educação, chamado Ministério da Educação e Saúde Pública, foi um
dos primeiros atos do Governo Provisório de Getúlio Vargas.
Instituído
no governo de Getúlio Vargas, o SAM era um órgão do Ministério da Justiça que
funcionava como um equivalente ao sistema penitenciário para a população menor
de 18 anos.
A
Organização das Nações Unidas, sucessora da Sociedade das Nações, surgiu com o
propósito de manter a paz e a segurança internacionais, além de aprofundar a
cooperação e o desenvolvimento entre as nações. Contou com 50 países
fundadores.
1946 –
Criação do UNICEF
O Fundo
das Nações Unidas para a Infância foi criado no dia 11 de dezembro. Os
primeiros programas do UNICEF forneceram assistência emergencial a milhões de
crianças no período do pós-guerra na Europa, no Oriente Médio e na China.
Promulgada
em 1948 pela ONU, a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS é considerada um
importante instrumento regulatório de abrangência internacional que ajudaria a
evitar o surgimento de outra guerra das dimensões da II Guerra Mundial.
1950-
UNICEF no Brasil
Instalado em João Pessoa (PB) o primeiro escritório do UNICEF no Brasil com programas de proteção à saúde da criança e da gestantes nos estados do nordeste brasileiro.
A
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA, aprovada pela Assembleia Geral
das Nações Unidas, aumentou, através de seus 10 princípios, o elenco dos
direitos aplicáveis à população infantil.
1964-
Criação da Funabem
A Fundação do Bem Estar do Menor, substituta do SAM, foi criada por lei no primeiro governo militar. Um de seus objetivos era o de formular e implantar a Política Nacional do Bem-Estar do Menor. Ao longo de sua história, a Funabem e as correlatas FEBEM estaduais tiveram diferentes evoluções. Algumas apresentaram inovações pedagógicas, enquanto outras mantiveram a linha autoritária e repressiva, configurando um espaço de tortura e de desumanização autorizado pelo estado.
1978-
Sementes da Convenção dos Direitos da Criança
O governo
da Polônia apresenta à comunidade Internacional uma proposta de Convenção
Internacional dos Direitos das Crianças.
O governo
da Polônia apresenta à comunidade Internacional uma proposta de Convenção
Internacional dos Direitos das Crianças.
A
convenção é um instrumento de direito mais forte que uma declaração. A
declaração sugere princípios pelos quais os povos devem guiar-se. A convenção
vai mais além, ela estabelece normas, isto é, deveres e obrigações aos países que
a ela formalizem sua adesão. Ela confere a esses direitos a força de lei
internacional, não sendo, no entanto, soberana aos direitos nacionais.
1979-
Instituição do Ano Internacional da Criança
Definido
pela ONU o ano internacional da criança.
1979-
Aprovação do Segundo Código de Menores
Revogado,
o Código de Menores Mello Mattos é substituído pelo Código de Menores de 79
mantendo, no entanto, a mesma linha de arbitrariedade, assistencialismo e
repressão junto à população infanto-juvenil.
1983- Criação
da Pastoral da Criança
Em 1983 é fundada, em nome da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) a Pastoral da Criança. Com um importante engajamento, que vem desenvolvendo uma metodologia própria em que redes de solidariedade são formadas para a proteção da criança e do adolescente.
1985-
Surgimento do MNMMR
Fundação
em São Bernardo do Campo do Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua,
entidade sem fins lucrativos que nasce com o compromisso de garantir os
direitos das crianças e dos adolescentes brasileiros e com especial atenção aos
meninos e meninas de rua.
1987 –
Reunião da Assembleia Constituinte
A Assembleia
nacional Constituinte, composta por 559 congressistas, foi instalada em 1º de
fevereiro de 1987, sendo presidido pelo deputado Ulysses Guimarães. Um grupo de
trabalho se reuniu para concretizar os direitos da criança e do adolescente na
Constituição Brasileira. O resultado deste trabalho é o artigo 227, que será a
base para a elaboração do Estatuo da Criança e do Adolescente.
1988-
Promulgação da Constituição Federal do Brasil
Após 18
meses de trabalho da Assembleia Constituinte, é promulgada a Constituição de
88, considerada a “Constituição Cidadã”. Marcada por avanços na área social,
introduz um novo modelo de gestão das políticas sociais que conta com a
participação ativa das comunidades através dos conselhos deliberativos e
consultivos.
Durante dez anos, um grupo de organizações não-governamentais foi encarregado pelas Nações Unidas de elaborar uma proposta para a convenção. Em 20 de novembro, a Assembleia Geral aprova, por unanimidade, o texto da Convenção Internacional dos Direitos da Criança, um dos mais importantes tratados de direitos humanos, ratificado por todos os países membros da ONU com exceção dos Estados Unidos e da Somália.
1990-
Promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente
Promulgado em 13 de julho de 1990, o Estatuto da
Promulgado em 13 de julho de 1990, o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) é considerado um documento exemplar de direitos humanos, concebido a partir do debate de ideias e da participação de vários segmentos sociais envolvidos com a causa da infância no Brasil. Apesar de representar uma grande conquista da sociedade brasileira, o Estatuto ainda precisa ser implementado de forma integral.
A
Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente foi fundada com a
finalidade de promover a defesa dos direitos e o exercício da cidadania da
criança e do adolescente.
1992-
Criação do CONANDA
O
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente foi criado por lei
federal em dezembro de 1992. Uma importante atribuição deste órgão é a
formulação de políticas públicas e a destinação de recursos destinados ao
cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Sua constituição se dá de
forma paritária entre membros do governo e membros da sociedade civil
organizada.
1995- I
Conferência Nacional dos Direitos da Criança
Com a ideia
de ampliar a discussão relativa aos direitos da criança e do adolescente, o
CONANDA propôs a realização da primeira Conferência Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente. As conferências passariam a acontecer a cada dois
anos, de maneira sequencial nos níveis regionais (no caso das metrópoles),
municipais, estaduais e nacional.
Fonte: adaptação de Promenino.
- COSTA, Antonio Carlos Gomes. É possível mudar: a criança, o adolescente e a família na política social do município. Editora Malheiros, 1993.
- COSTA, Antonio Carlos Gomes. De menor a cidadão: Notas para uma história do novo direito da infância e juventude no Brasil. Editora do Senado, 1993.
- DEL PRIORE, Mary. História das Crianças no Brasil. Editora Contexto, 1999.
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