O ano de 1968
POR EMERSON SANTIAGO
Nos EUA, os estudantes ocupavam os campi de universidades como Berkeley, na Califórnia, além das ruas de cidades como Washington, Nova York e São Francisco, protestando contra o conservadorismo na política interna, as justificativas para a sangrenta guerra travada no distante Vietnã, além dos assassinatos de duas figuras progressistas importantes, o prêmio Nobel e defensor dos direitos civis, pastor Martin Luther King e o candidato democrata à presidência dos EUA e irmão do falecido presidente Kennedy, Robert.
Na França, o movimento ficou conhecido como Maio de 1968 e começou com a exigência de dormitório misto nas universidades, acabando por se tornar um grande protesto que enfraqueceria o governo conservador do general Charles de Gaulle.
No Leste europeu, a Checoslováquia parecia se desgarrar da dominação soviética, com sua liderança progressista. Moscou logo reagiria, enviando seus tanques, como fizera 12 anos antes na Hungria, suprimindo o movimento de abertura que ia tomando corpo. A Primavera de Praga foi outro movimento de rebeldia importante daquele ano, preconizando a queda do sistema socialista na Europa em 1989.
No Brasil, os protestos começam com a morte do estudante Edson Luís, assassinado pela Polícia Militar do Rio. Em resposta, é organizada a Passeata dos Cem Mil, contra a repressão que crescia quatro anos depois do golpe militar de 1964. Descontentes com os rumos do regime militar, as revoltas populares arquitetadas pelos estudantes tomavam as ruas, e ao mesmo tempo, a “revolução armada” ganhava corpo entre os jovens rebeldes.
Há uma dificuldade em interpretar os acontecimentos daquele ano, tanto pela múltipla potencialidade do movimento quanto pela ambiguidade do seu resultado final. A mistura de festa saturnal romana com combates de rua entre estudantes, operários e policiais, fez com que alguns o vissem como “uma revolta comunitária” enquanto que para outros era “a reivindicação de um novo individualismo”. O próprio filósofo Jean-Paul Sartre, testemunha ocular dos acontecimentos confessou, dois anos depois, que “ainda estava pensando no que havia acontecido e que não tinha compreendido tudo muito bem...".
Bibliografia:
SCHILLING, Voltaire. 1968 - A Revolução Inesperada. Disponível em: < http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/1968.htm >. Acesso: 07/04/13.
1968 - O ano das transformações. Disponível em: < http://www.tribunacampineira.com.br/cultura/291-1968-o-ano-das-transformacoes >. Acesso: 07/04/13.
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