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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A PRIMEIRA CIDADE DO MUNDO.

Çatal Hüyük, cujo nome original é Çatalhüyük, foi uma pequena vila (hoje considerada a primeira cidade do mundo), descoberta no final da década de 1950, na Península da Anatólia, na Turquia.

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Localizada às margens de um rio, Çatal Hüyük que não possuía ruas entre as casas. Essas casas eram construídas umas ligadas as outras, com os tetos fazendo vez de "ruas" ou praças públicas.

Entravam nas casas por escadas no teto (logicamente não havia portas), e seus mercados eram em cima de suas habitações. Essa disposição aumentava a segurança nos tempos neolíticos.

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As suas escavações começaram um pouco mais tarde, em 1961. A partir daí, a cidade rapidamente ficou famosa devido a vários motivos: sua grandeza; densidade de ocupação do solo; população existente – cerca de 6.000 pessoas, muito para época; às pinturas existentes nas paredes; e, às várias formas de arte encontradas dentro das casas.

Quando falamos das cidades como as mais antigas do mundo, falamos do período Neolítico, mais concretamente entre os anos 9.000 e 7.000 a.C., momento histórico em que se deu a passagem das sociedades de caçadores-re/coletores para sociedades sedentárias e agrícolas.

A cultura dos seus moradores nos é desconhecida por conta da sua antiguidade e porque as várias evidências e vestígios desta cidade foram soterrados propositadamente. Mas, importa estudarmos as origens das cidades e o desenvolvimento urbano ao longo dos tempos junto com a evolução das sociedades e das relações sociais.

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Pelas escavações feitas, pode-se saber que eles tinham um deus que se assemelha a um touro e tinham a crença de uma deusa-mãe (existem vestígios de estátuas destas deusas). Eles praticavam o pastoreio (ovelhas, bois, vacas, carneiros etc.) e a agricultura.

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Foi com o Neolítico que surgiram alguns processos como a sedentarização dos povos, a domesticação de plantas e animais e a invenção da cerâmica.

O que torna Çatal Hüyük interessante é o fato de há 7.000 anos antes de Cristo ter existido uma cidade com cerca de 6.000 habitantes – cidade que se formou, provavelmente, devido a crenças religiosas e não à necessidade de sobrevivência.

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Çatal Hüyük não era circundada por muralha, o que indica um carácter pacífico da população que aí habitava. Toda a cidade era constituída por espaços domésticos, habitações, não se tendo encontrado qualquer vestígio de um edifício dedicado a usos públicos.

Há somente indício de uma praça pública, que possivelmente serviria de mercado e vários pequenos átrios que serviriam para depositar lixos. A cidade possuía sistemas de escoamento de esgoto e canalização da água da chuva, o que lhe confere um cariz extremamente avançado em termos tecnológicos e culturais.

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Não tinha quaisquer ruas ou caminhos, por isso as comunicações faziam-se pelos terraços das casas, por cima das habitações, provavelmente como forma de proteção contra os animais selvagens. Dada a inexistência de portas viradas para o exterior, o acesso às habitações efetuava-se também pelo telhado, por uma escada de madeira junto à parede.

As casas eram contíguas umas às outras - dada a inexistência de ruas - retangulares, com cerca de 25 metros quadrados cada, construídas em adobe e madeira. Possuíam algumas divisões, tendo áreas separadas para cozinhar e dormir. As paredes internas tinham pinturas – cenas de caça, vulcões em erupção – e crânios de touros pregados.

Estes lugares, agora chamados santuários, e as muitas evidências do enterro de entres queridos sob o piso das casas, mas também a descoberta de figuras representando animais e mulheres, levam a crer que o povo de Çatal Hüyük era extremamente ritualizado.

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No seu complexo sistema de crenças, a mulher e o touro parecem ocupar um lugar central. Provavelmente, Çatal Hüyük organizava-se tendo o Feminino, a Mãe, como o centro dos seus padrões sociais, mas não sendo submetida à sua força. Era uma estrutura horizontal, como revela a sua arquitetura, e não hierárquica piramidal.

Algumas reconstruções do espaço urbano de Çatal Hüyük fornecem também um conjunto de informações valiosas acerca da divisão social e espacial do trabalho: à criação de gado e ao trabalho agrícola vem associar-se uma mão de obra composta por um grande número de artistas, artesãos e comerciantes.

De particular relevância para a história deste espaço urbano foi a descoberta de um mural encontrado num dos santuários da cidade, representando a paisagem urbana de Çatal Huyuk. O mural revela com grande detalhe uma panorâmica da cidade e constitui o primeiro afresco do gênero na história da humanidade.

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Atualmente, as recreações das casas e alguns artefactos podem ser encontrados no Museu Hittite em Ankara, a capital da Turquia.

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Hoje as escavações continuam, contribuindo para aumentar a compreensão dos padrões sociais da população desta cidade. Çatal Hüyük representa uma mudança radical e revolucionária no desenvolvimento social e espacial das sociedades humanas. E, tal como Jericó, outra cidade multimilenar, permite a exploração dos primórdios do desenvolvimento urbano e da cultura urbana como um novo modo de vida até então desconhecido.



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